Assinala-se esta terça-feira [04.04.2023] o Dia Internacional para a Consciencialização Contra as Minas e de Assistência à Desminagem, criado pelas Nações Unidas em 2006 com o objectivo de sensibilizar as sociedades sobre o perigo das minas terrestres antipessoais e de promover o processo de limpeza destas minas.
As minas terrestres são armas compradas a baixo custo e que são facilmente “plantadas” debaixo do solo durante os conflitos armados, sem registo da sua localização, tornando as populações civis as principais vítimas, mesmo depois anos de guerra.
Dados indicam que anualmente morrem cerca de 5 mil pessoas vítimas de minas terrestres, em tudo mundo e muitas mais ficam mutiladas. Países como colômbia, Afeganistão, Myanmar, Camboja e Paquistão são os países com mais vítimas de minas.
Angola, fruto do longo conflito armado, viu partes do seu território minado. Para contornar o quadro, o Executivo e parceiros têm feito o seu melhor para a eliminação dessas armas silenciosas, num processo de desminagem que arrancou, logo após a assinatura do Memorando do Luena, que pôs fim à guerra civil, em 2002, altura em que o país tinha uma base de dados com mais de três mil áreas minadas, nas quais foram identificadas 71 tipos de minas, o que fez do país um dos mais minados do mundo.
Desde 1995, com o aumento do financiamento em 2020, os Estados Unidos contribuíram, até a data, com mais de 145 milhões de dólares, para os esforços de desminagem em Angola, cujo objectivo é limpar em segurança todos os campos minados no país até 2025, numa altura em que já foram destruídas mais de 218 mil minas terrestres, o que permitiu deixar 463 quilómetros quadrados de terra livres de engenho explosivos.
Além do Instituto Nacional de Desminagem, o país conta, neste esforço, com apoio de Organizações não-governamentais tais como Hallo Trust, Mine Advisory Group (MAG), Ajuda Popular da Noruega (APN) e Japan Mine Action Service (JMAS), justamente para limpar, com prioridade, zonas da província do Bié, Cuando Cubango e Moxico, as mais afectadas.